sexta-feira, 9 de março de 2012

CONHECIMENTO SENSÍVEL x CONHECIMENTO INTELIGÍVEL

Série acadêmica

INTRODUÇÃO

Este artigo tem o objetivo de discutir mais especificamente a teoria platônica sobre o conhecimento sensível e o inteligível. Neste, as Ideias e as Formas, naquele, as sombras e as aparências. Essa teoria aparece de maneira evidente na analogia da linha e na alegoria da caverna.[1]

A analogia da linha, final do livro VI de A República de Platão, coloca de um lado os graus do Ser e de outro as operações da alma. Bem e filosofia estão no topo desta linha, no inteligível. Nesta mesma esfera, um pouco abaixo, estão os entes matemáticos e a razão. No sensível, os seres naturais e a crença; um pouco abaixo, imagens e suposição.

A alegoria da caverna, apresentada logo no início do livro VII, é, de certa forma, uma retomada da analogia da linha. Agora são homens algemados no interior da caverna a apreciarem sombras na parede e a tê-las como a única realidade. Aqui, o homem filósofo é o único a se soltar e a encontrar o mundo externo à caverna, ou seja, passa do sensível para o inteligível, esfera das Formas e Ideias.

O livro VII também propicia uma longa exposição a respeito da educação e da constituição da alma filosófica, além de enfatizar a utilidade da dialética e da formação do cidadão por meio da música, ginástica, ciências matemáticas e astronomia. O ideal de educação platônico, como na maioria dos pensadores gregos, é intrinsecamente ligado à política e a política não é uma questão de opinião, mas sim uma questão de saber. O saber em  Platão constitui na saída do mundo sensível em direção mundo inteligível, sendo a dialética a principal via para tal fato. Assim, o governante deve ser aquele que atingiu todos esses graus da formação, tornando-se apto a governar o Estado.

ASCENSÃO - ANALOGIA DA LINHA

O livro VI de A República de Platão revela o que há de mais divino e supremo para Sócrates, o que está no ponto mais alto, o único a estar além da justiça: o Bem, para onde são direcionadas todas as almas, todos os homens. O Bem platônico é algo inteligível. É aquilo que todos nós almejamos e buscamos alcançar. Possui caráter unificador, é supremo e alcançado pelo filósofo. Mas, de acordo com Platão, o que pode ser tão supremo?

Não resta ao Bem, senão, incorporar um caráter divino. Divindade, ordenadora e uma espécie de Forma suprema. Por isso, ela é essencial para o homem e para deixar sua alma em ordem. A fim de explicitar a tamanha importância do Bem na esfera inteligível, Platão metaforiza-o com o Sol na esfera sensível.

Todas as coisas que estão no sensível nos aparecem na penumbra, quando irradiadas por uma luz derivada. Mas essas mesmas coisas aparecem claramente quando iluminadas pelo Sol; então, pode-se observar objetivamente o que são as coisas e todas as suas características. Da mesma forma, é possível conhecer, sem margem de erros, algo submetido à luz do Bem. Para Platão, o Sol está para a esfera sensível assim como o Bem está para a esfera inteligível. [2]

Platão, por meio de Sócrates, evidencia com seus argumentos no livro VI que, enquanto o Sol “reina” na esfera sensível, o Bem “reina” na esfera inteligível: cada um desses possui o seu grau de importância onde ilumina. O paralelo entre as duas esferas, sensível e inteligível, gera a comparação entre os seguintes elementos no esquema abaixo:

Mundo sensível 
Mundo inteligível
Sol
Ideia do Bem
Luz
Verdade
Objetos da visão (cores)
Objetos do conhecimento (ideias)
Sujeito que vê
Sujeito cognoscente
Órgão da visão (olhos)
Órgão do conhecimento
Faculdade da visão
Faculdade da razão
Exercício da visão
Exercício da razão
Aptidão para ver
Aptidão para conhecer

A apresentação da analogia da linha é feita já nos últimos momentos do sexto livro. Não poderia ser de outra forma, se houvesse sido proposta nos primeiros momentos desse livro, não se entenderiam alguns dos elementos que ladeiam a linha dividida, ou não seriam compreensíveis a importância e posição dos respectivos elementos.

Entendido o Bem como algo supremo e divino, segue Sócrates com a proposta de analogia para explicar a relação existente entre as esferas sensível e inteligível, de como se dá o conhecimento e a ascensão da alma. A analogia da linha constitui-se de uma linha dividida em duas partes inicialmente separando a esfera sensível, abaixo, e a esfera inteligível, acima. De um lado da linha, graus do Ser; do outro lado, operações da alma no sentido de ascensão, indo de encontro ao conhecimento real.

Depois de separadas as duas esferas, as mesmas são divididas em duas partes desiguais. Na esfera sensível: na parte mais baixa, as imagens, alcançadas através da suposição ou ilusão; na parte superior, os seres naturais alcançados pela crença. Na esfera inteligível: na parte mais baixa, os entes matemáticos acessados através do entendimento ou razão; na parte mais elevada, as formas e ideias às quais se tem acesso através da filosofia, ou seja, o que é supremo, o Bem. Vê quadro abaixo:

Noeta superiores
(Formas, Idéias)

Noesis
(Dialética ou Filosofia)
Inteligível
Noeta inferiores
(Entes Matemáticos)
Dianoia
(Entendimento, Razão)
Zoa
(Seres naturais e Artefatos)
Pistis
(Crença)
Sensível
Eikones
(Imagens)
Eikasia
(Suposição, Ilusão)


O ensinamento platônico sintetiza todo o discurso do livro VI na analogia da linha e não deixa escapar nenhum elemento, mostrando a importância do Bem, sua posição e papel na vida do homem. Não só isso, explicita o quanto a filosofia, assim como o Bem, é única e suprema, o que demonstra a importância do filósofo para a cidade, para que essa se livre das calamidades e se torne perfeita.

Platão ainda ressalta, após a exposição da analogia da linha, a importância da esfera inteligível, na qual está o Bem, objetivo maior para a dialética e filosofia. [3]

CONHECIMENTO - MITO DA CAVERNA

A alegoria da caverna faz os livros VI e VII se manterem em conexão direta. A analogia da linha é uma etapa essencial para o que ocorre no livro seguinte; e nesse, Platão deixa transparecer de forma muito mais clara a sua teoria acerca das Formas e das aparências, da esfera inteligível e sensível.

Platão opõe dois mundos: o visível/sensível e o invisível/inteligível. No primeiro, o interior da caverna é representado pelas sombras que os homens enxergam ao fundo, projetadas na parede. O segundo, fora da caverna, é o mundo que os homens não veem, onde há luz e os objetos têm formas. O mundo das sombras, o mundo visível é habitado por cópias imperfeitas dos objetos reais, cuja sombra é projetada pela luz na parede da caverna.

Enquanto submetidos à realidade da caverna, os homens acreditam que só esta realidade existe, ou melhor, que o que veem projetado no fundo da caverna é a realidade. Ali veem sombras de objetos que são carregados por um caminho atrás deles. Avistam sombras e ouvem vozes, que atribuem não aos homens que carregam os objetos, mas às próprias sombras.

Esta é a primeira parte do texto. Em seguida, Platão, intermediado por Sócrates, nos propõe uma hipótese. Na possibilidade de algum dentre os homens sair da caverna, o que lhe sucederá? Primeiro, poderá ter a visão ofuscada pela claridade, pela luz que vem da boca da caverna. É necessário, pois, que ele se acostume com a luz e passe com certo vagar da sombra para a claridade. Na medida em que vai abandonando a caverna, vai discernindo entre sombras e objetos, entre objetos terrestres e celestes, e, por fim, poderá contemplar a própria luz, o próprio Sol, razão de ser de todas as coisas.

A superação de barreiras e o acesso ao conhecimento é o que nos transmite a alegoria da caverna. Para  Platão, esse procedimento, a que se tem denominado dialética ascendente, é uma das fases do conhecimento.

A alegoria da caverna é a imagem da educação platônica e tem correspondência direta com a analogia da linha.[4]  Interior e exterior da caverna correspondem, respectivamente, à esfera sensível e esfera inteligível. Estar no interior da caverna é permanecer iludido com as aparências e não ter acesso ao conhecimento. Sair da caverna é ascender ao conhecimento, atingir a esfera inteligível e acessar as Formas. O que se vê no exterior da caverna é o que está fora da esfera sensível e poder contemplar as Formas perfeitas é, por meio da filosofia, atingir o cume da linha representada anteriormente por Platão.

O homem que sai da caverna alcança o saber real porque ele conhece o que existe no mundo das Ideias. Platão revoluciona, assim, a concepção do saber; o conhecer passa a ser a ida  ao encontro do mundo das Ideias, reconhecer as Formas no seu lugar de origem, é dizer, aquilo que produz as sombras na esfera sensível.

Na segunda parte, ocorre uma segunda hipótese, ou terceira parte: o retorno deste homem que saiu da caverna e a ela volta. Do mesmo modo que ele teria seus olhos ofuscados se saísse abruptamente da caverna em direção à luz, ficaria momentaneamente cego se saísse da luz a caminho da caverna, para o seu interior. Seria incapaz de ver, distinguir as sombras e tornar-se-ia presa do ridículo; o homem que se libertou seria zombado pelos demais, os quais pensariam que ele havia estragado a visão nesse percurso, denotando não valer à pena a ascensão. Assim, os homens optam por continuarem algemados no interior da caverna, sem acesso ao conhecimento pleno.

Nesta alegoria, aparecem muitas metáforas, por assim dizer, relacionadas com o processo de conhecimento. Em primeiro lugar, a dicotomia ou oposição entre sensível e inteligível, sombra e luz. Nesse caso, o conhecimento aparece como tendo duas fases: sensível e inteligível; na primeira, os homens conhecem as coisas através dos sentidos; na segunda, pela razão. Por outro lado, opõe-se, também, aquele que sabe o mesmo que os outros - o senso comum - àquele que sabe a essência das coisas - o conhecimento filosófico. O conhecimento pelos sentidos está associado ao corpo e o pela razão, à alma. O verdadeiro conhecimento, portanto, é dado pela passagem do conhecimento sensível para o inteligível.

Essa caracterização da alma que executa todas as operações, que atinge o ponto mais alto da linha ou aquela que escapa das amarras da caverna, o verdadeiro filósofo, ratifica a importância de que o governo da cidade esteja sob os cuidados de um filósofo ou que o governante se torne filósofo. O caráter nobre de quem conhece o inteligível e entende tudo isso deve guiar a cidade na sua existência, pois é alguém que sabe, que conhece como nenhum outro na cidade. Desta forma, a alegoria da caverna se revela uma Paideia. [5]

A segunda metade do livro VII deixa transparecer ainda mais o sentido de Paideia da alegoria da caverna, quando relata que tipo de ciência poderia levar a alma do que é mutável para o que é seguro, de impedir que a alma do homem fique a transitar entre as luzes e as trevas e que ela não permaneça dentro da caverna, como aqueles homens da alegoria.

A importância da ginástica e música, educando as duas faces da alma, além da matemática (aritmética e geometria plana e dos sólidos) e da astronomia, na vida do homem é observada nas diversas classes, como na dos guardiões, que devem usar o cálculo e a geometria para auxiliá-los na arte da guerra. Mas todas as ciências mencionadas acima devem atuar, em conjunto, na formação de todos os cidadãos, ou melhor, contribuir para a constituição do melhor cidadão para a cidade perfeita. Sócrates realça o poder e importância da educação, afirmando que para tudo o que a alma não sabe fazer ela pode ser treinada e se acostumar, exceto com o pensar. Não funciona desta forma quando se trata de pensar, porque isso possui um caráter divino. Aponta para o fato de que, dado esse ponto especial e divino, o pensar não pode ocorrer de forma violenta e sob tortura. Para ele, quem não passou por uma boa educação e formação não deve ser colocado na governança da cidade, pois será incapaz de bem conduzi-la.

A filosofia, por meio da dialética, é a nobre ciência que encaminha o sujeito para o Ser e para a verdade. Por isso, também o homem filósofo, que é o único na cidade a desprezar o poder e honrarias políticas, estará no governo da cidade e sobre sua tutela estarão todos os demais cidadãos, a quem ele deverá guardar. Sendo ele aquele que “saiu da caverna”, tem o saber verdadeiro e conhece as Formas, é o melhor para estar na condução da cidade e dos seus cidadãos, aquele que livrará a cidade de todas as suas calamidades, exercendo um governo consciente. A filosofia é vista como aquela que conduz a alma para aquilo que não é mutável. Todas as outras ciências, embora componham o processo educacional, trabalham com o que é mutável, ou elas mesmas variam. Assim ocorre com a ginástica, que prepara só o corpo; com a música, que trabalha só o ritmo, harmonia e regularidade; com a arte, que somente representa o que lhe aparece.

A filosofia conduz o homem ao conhecimento do Bem, àquilo que há de mais supremo, como visto na analogia da linha. O homem filosófico conhece o que realmente é e teve acesso à Forma principal, àquela que é unificadora.

Contudo, ressalvando algumas preocupações para evitar que males e desordem possam acontecer com o uso equivocado da dialética, Sócrates diz que é preciso ter “agudeza de espírito”. As pessoas devem iniciá-la desde novas, para que aproveitem ao máximo as suas capacidades.

Os cidadãos devem fazer uso das ciências, principalmente daquelas que auxiliam a dialética, o quanto antes, sem constrangimentos, da mesma forma que se colocam a descortinar as suas tendências. [6]

CONCLUSÃO

Sem dúvida alguma, a alegoria da caverna, eternizou-se ao expor o mundo sob os aspectos dos conhecimentos sensível e inteligível. Surgem a compreensão, o alcance legitimado dos conceitos de sentido e a universalidade, elementos constitutivos da racionalidade. O livro VII contribuiu e contribui para a história do pensamento como uma grande referência, pois o que é fundamental na filosofia são as questões levantadas, muito mais que suas respostas a estas questões.

O poder do filósofo fica mais evidente com a analogia da linha, ao colocar o Bem no ponto mais alto da linha e só a alma, na sua máxima ascensão, pode alcançá-lo. O filósofo é aquele que possui o saber real, conhece a Forma unificadora, o conhecimento inteligível. Ele chega  a este estágio não por um passe de mágica, mas porque a sua alma passou por todas as etapas de crescimento e atingiu o cume dos graus do Ser na linha dividida. O homem possuidor de alma filosófica não se contenta em visitar a esfera inteligível, onde estão as ideias, as Formas. Ele deseja anunciar aos outros homens que o que eles enxergam são apenas fenômenos, aparências e sombras de uma realidade que não está naquela esfera sensível, mas na inteligível. Ao fazer isso, prevê Platão, por meio de Sócrates, o filósofo é zombado e morto por duvidar daquilo que os olhos constatam. Qualquer proximidade da sorte do homem filósofo em A República de Platão com a vida de Sócrates e sua condenação em 399 a.C. não é mera coincidência.

REFERÊNCIAS

JAEGER, Werner. Paidéia: a formação do homem grego. Trad. Artur M. Pereira. São Paulo/Brasília: Martins Fontes/Editora da UNB, 1989.

COELHO, Leandro Anésio. Artigo: Livros VI e VII da República: Formas e Fenômenos em Platão. Publicado em 03/12/2004, Revista Urutágua - Revista Acadêmica Multidisciplinar. Disponível em http://www.urutagua.uem.br/006/06coelho.htm. Acesso dia 20/10/2009.

PLATÃO. A República: Livros VI e VII. Trad. Enrico Corvisieri. São Paulo: Nova Cultural Ltda., 1997, p. 190-256.

VIDAL, Maria José C. S. Notas de aula. Natal: UFRN, 2009.


[1] PLATÃO. A República: Livros VI e VII. Trad. Enrico Corvisieri. São Paulo: Nova Cultural Ltda., 1997, pp. 190-256.
[2] “Pois é o Sol que eu chamo de filho do Bem, que o Bem engendrou à sua própria semelhança. Aquilo que o Bem é, no campo da inteligência em relação ao pensamento e aos seus objetos, o Sol o é no campo da visível, em relação à vista e aos seus objetos.” (PLATÃO, 1997, p. 219)
[3] “Percebes agora que entendo por segunda divisão do mundo cognoscível aquela que a razão alcança pelo poder da dialética, considerando suas hipóteses não princípios, mas simples hipóteses, isto é, pontos de apoia e trampolins para se elevar até o princípio universal que já não admite hipóteses. Atingido esse princípio, ela se apega a todas as conseqüências que decorrem dele, até chegar à última conclusão, sem recorrer a nenhum dado sensível mas somente às idéias, pelas quais procede e às quais chega.” (PLATÃO, 1997, p. 223)
[4] “A caverna corresponde ao mundo do visível e o Sol é o fogo cuja luz se projeta dentro dela. A ascensão para o alto e a contemplação do mundo superior é o símbolo do caminho da alma em direção ao mundo inteligível. (...) O conhecimento do verdadeiro Ser representa ainda a passagem do temporal ao eterno. A última coisa que na região do conhecimento puro a alma aprende a ver, com esforço, é a idéia do Bem. Mas, uma vez que aprende a vê-la, necessariamente tem de chegar à conclusão de que esta idéia é a causa de tudo quanto no mundo existe de belo e de justo.” (JAEGER, 1989, p. 828-829)
[5] Platão define paideia da seguinte forma: “[...] a essência de toda verdadeira educação ou Paidéia é a que dá ao homem o desejo e a ânsia de se tornar um cidadão perfeito e o ensina a mandar e a obedecer, tendo a justiça como fundamento." (apud JAEGER, 1989, p. 147)
[6] “Assim, deverão ser ensinadas aos nossos alunos desde a infância a aritmética, a geometria e todas as ciências que hão de servir de preparação à dialética, mas este ensino deverá ser ministrado de maneira a não haver constrangimento. [...] Porque o homem livre não deve ser obrigado a aprender como se fosse escravo. Os exercícios físicos, quando praticados à força, não causam dano ao corpo, mas as lições que se fazem entrar à força na alma nela não permanecerão.” (PLATÃO, 1997, p. 251)

3 comentários:

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